Suspense no escuro

Onde está o suspiro?
No breu desmedido
as luzes das lampadas do prédio da frente
chapam na vista embargada.
Na vida embriagada pelas oportunidades
pelas verdades
pela pura realidade
pura puta fatalidade.
Estou incomodado

Qual suspiro?
Na solidão da cidade no mato
na beira da cidade ida
aonde há formas estranhas e vida
ninguém quer ninguém mais que si mesmo.
Não h’a suspiro.

O tempo leva meu sono embora e o cansaço fica.
E me arrasto vivo
fumo um cigarro
ainda estou vivo.
Um bagaço vivo.

Fechados os olhos nasce outro mundo
sem frestas ou lembrancas
sinais de fumaça
guiando por um caminho
zigue-zague.

Vai e volta.

E enfim…
Aparece o suspiro
que a vida não mais me trouxe.

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